Quero acreditar que seja apenas um “até logo” e não um “adeus”

Heitor Linhares Costa
5 min readMar 12, 2023

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Melhor escrever aqui do que mandar diversos áudios falando sobre isso

Na noite desta última sexta-feira (10/03) a banda estadunidense Panic! At The Disco fez a sua última apresentação ao vivo após o anúncio oficial de que após 18 anos, a banda iria encerrar suas atividades. Ao longo de quase duas décadas, o grupo soma sete álbuns, prêmios, indicações e uma legião de fãs, que, assim como eu, sentiram o impacto desse dia dez de março de 2022.

Último show de Panic! At The Disco. Reprodução/Instagram @panicatthedisco

Difícil resumir o que essa banda significa ou que representa para mim, não é algo do tipo “Esse grupo musical mudou completamente minha vida e não sei o que seria de mim sem eles”, até porque a maior parte da minha vida eu não fazia ideia da existência desse Panic, nenhuma música, nem a mais famosa até então, I Write Sins Not Tragedies, nunca tinha ouvido nada deles. Seria eu um semi poser?

Tudo mudou no comecinho de 2016, quando o Douglas manda um link de uma música e diz “escuta e me diz o que tu achou”. Era o clipe recém-lançado de Emperor’s New Clothes e já começa com um homem correndo de umas cordas enquanto no fundo você escuta “If you love me, let me go” e eu sem entender absolutamente nada, não sabia quem tava cantando, não sabia que canal era esse (Sim o Panic não tinha clipe na VEVO e eu só conhecia esse negócio de clipes), até que começa a música de fato e uma baita coreografia do então desconhecido Brendon Urie tranformando-se em um demônio.

Thumbnail do clipe de Emperor’s New Clothes/ Reprodução YouTube

Não vou mentir e falar que foi amor à primeira vista, eu não gostei muito da música, mas como um bom amiguinho que sou falei pro Douglas “Gostei muito, tem mais deles?”, e ele me mandou uma playlist com algumas músicas e eu disse o famoso “Mais tarde eu vejo.”

Começou o cursinho e eu estava completamente isolado, todos os meus amiguinhos passaram nos seus cursos e eu fiquei bastante sozinho. Conversando um dia no intervalo das aulas fui questionado se eu tinha ouvido as músicas, e como o intervalo era de 40 minutos dava tempo de ouvir algumas e comecei a ouvir. Não sei todas as músicas que estavam lá, mas sei que a que mais curti foi Nicotine (Se não fosse por essa canção, tudo seria diferente), a partir daí comecei a ter um carinho pelas músicas e montei uma Playlist com exatas 11 músicas que mais gostava.

O nome da Playlist era “11 originals” e tinha as seguintes canções:

  • Hallelujah
  • Emperor’s New Clothes
  • Death of a Bachelor
  • Crazy = Genius
  • Victorious
  • House of Memories
  • LA Devotee
  • Miss Jackson
  • Nicotine
  • This is Gospel
  • Girls/Girls/Boys

Uma mescla com as músicas do quarto e do quinto álbum e foi com elas que eu comecei a minha trajetória de fã.

Todo dia, durante o intervalo de 40 minutos eu escutava essa Playlist enquanto mexia no celular. Foi passando os dias e fui me aprofundando na banda, comecei a ir atrás dos maiores sucessos, da história dela, dos membros passados… Fui pegando gosto pra eles, quando eu vi eu já era praticamente o portal Panic da Sapiranga.

Comecei a desgustar tudo que tinha de Panic no Youtube, ver reacts, covers, reviews, notícias, clipes, shows ao vivo, versões acústicas… Cheguei a comprar os CDs originais de Too Weird to Live, Too Rare to Die e Death of a Bachelor e futuramente compraria Pray for The Wicked. Nem rádio eu tenho pra ouvir os CDs, eu comprei apenas pra ter um sentimento de pertencimento à banda.

Quando eu fui pra Sobral, em 2017, já tinha uma Playlist bem robusta, com músicas desde o primeiro álbum até covers deles; a ponto de durante a viagem de quase 4 horas não acabar as canções. Hoje, baixadas, tenho 79 músicas (Eu sei…quem baixa música atualmente? Por isso não tem todas), talvez se juntasse as músicas do último álbum e outras que vim conhecer depois passasse de 100.

A evolução das 11 Originals/ Reprodução autor

Qualquer coisa que o Panic fizesse eu iria curtir, todo e qualquer tipo de conteúdo musical eu iria ouvir em replay, mesmo as músicas mais obscuras, ruins e chatas. Talvez por isso eu amei o álbum Viva Las Vengeance e por isso que não fico triste com o fim da banda.

Ao longo de quase todas as músicas do Viva Las Vengeance, parece que o final é iminente, e que a banda vai acabar. Talvez a maior evidência seja a útlima música se chamar Do It To Death (Fazer até a morte), na qual ele canta “Leve-me ao limite, leve-me ao limite. Nada dura para sempre, então vamos tentar” e o instrumental final da música fazer uma transição com a primeira música do Panic, Introduction, como se o ciclo estivesse concluído.

“ Eles não fazem álbuns, eles fazem eras” Reprodução/Twitter Panic! in Brasil

Sim, conheço todas as músicas, caso você esteja perguntando. Não consigo escolher a melhor, as melhores estão em uma prateleira separada e não é possível escolher a melhor. O que começou com um “Depois eu vejo essas músicas” se tornou uma parte de mim, e eu gosto muito dessa parte. Outra coisa importante a ser citada, Sim… Eu escuto outras músicas, não passo 24 horas ouvindo Panic.

Para muitos é só mais uma banda que acabou, mas para mim é uma pequena parte de mim que diz adeus. Não é sendo dramático, mas quando saiu a notícia que eles iriam encerrar, o nome do grupo dos amiguinhos do jornal virou Luto Panic e talvez foi assim que eu me senti.

Para você que chegou até nesse texto e leu até aqui, obrigado por ler meu relato. Não podia deixar de expressar a minha gratidão à essa banda que começou fazendo covers de Blink 182 e que hoje é apenas um pedaço da história musical. Obrigado Panic! At The Disco, Obrigado Brendon. Espero que seja um até logo.

Heitor Linhares

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Heitor Linhares Costa
Heitor Linhares Costa

Written by Heitor Linhares Costa

Sou apenas um rapaz latino americano de 22 anos, atualmente estou cursando o segundo semestre de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará.

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